Sabia? O algodão é o principal consumidor de água no mundo: são precisos mais de 10 000 litros de água para produzir umas simples calças de ganga! Além disso, o algodoeiro é uma planta que necessita de muitos tratamentos, à base de insecticidas e de adubos tóxicos que deterioram os solos.
No entanto, o algodão continua a ser um material extremamente utilizado no universo do têxtil, e a sua procura não pára de aumentar. É o que torna a agricultura mais poluente do mundo, sem contar com as condições de trabalho nos campos extremamente difíceis.
Para reduzir o impacto nefasto do cultivo do algodão convencional, as iniciativas permitem acompanhar uma transformação positiva nos próximos anos, e é o caso do algodão em conversão.
Já existe uma alternativa: o algodão biológico! Enquadrado em normas rígidas, a agricultura biológica é mais ponderada e o seu impacto ambiental e social é muito melhor do que o da agricultura tradicional. O bio aparece, portanto, como uma evidência. Mas…
Actualmente, apenas 1% da produção mundial de algodão é biológica (um número referido pelo Textile Exchange na COP26). Porquê? Para passar de uma agricultura convencional para uma agricultura biológica, as herdades atravessam um período de transição, que pode durar até 3 anos. Durante esses 3 anos, os agricultores usam novos métodos de gestão, que têm como objectivo separar e restaurar os solos, evitando, por exemplo, a utilização de substâncias tóxicas, proibidas no âmbito de uma agricultura biológica. Para garantir o respeito estrito das regras, os agricultores são auditados por organismos de certificação.
E 3 anos para um agricultor que vive da produção de algodão é muito tempo. Assim, iniciar esta transição não é uma decisão fácil. Durante este período longo e penoso, a actividade do produtor corre risco: perda de rendimento e, portanto, redução drástica dos rendimentos, acções complicadas para aceder à certificação biológica, etc.
Então, a KARIBAN BRANDS desejou incentivar e acompanhar estes agricultores em transição, aderindo a um programa completo de apoio. Esta transição no sentido de um cultivo do algodão biológico e mais sustentável chama-se «algodão em conversão». Explicações.
O que é o algodão em conversão?
É simplesmente o nome que é dado à fibra de algodão, que está em transição entre uma agricultura convencional e uma agricultura biológica. Compreenda: o algodão cultivado tem certificado biológico em conversão.
De facto, as normas são rígidas desde o início da conversão. São as mesmas que para o cultivo de algodão biológico, uma vez o período de transição terminado. O caderno de encargos deve ser escrupulosamente respeitado desde o início do processo, de modo a chegar ao objectivo final: a famosa vertificação biológica.
- Desde que o processo começa, restrição e mesmo proibição de pesticidas sintéticos (insecticidas, herbicidas, etc.) e de OGM. Os produtos utilizados na agricultura biológica são mais benéficos para a saúde dos solos, das pessoas e dos ecossistemas.
- Ao mesmo tempo, os agricultores garantem uma rotação dos cultivos: diferentes plantas vão ser cultivadas nas parcelas em alternância, de modo a se conseguir uma utilização ponderada dos recursos terrestres e a permitir que os solos se regenerem. Resultado: uma produção eficaz e sustentável, que beneficia a biodiversidade sem enfraquecer prematuramente os solos.
- De seguida, e sempre com a ideia de economizar os recursos preciosos, presta-se uma atenção muito especial à água. O facto de cuidar das terras, por exemplo alternando cultivos, torna-as naturalmente mais ricas. As terras retêm mais água da chuva e reduzem a quantidade de água necessária à irrigação das parcelas. Além disso, como a utilização de pesticidas tem normas rígidas, não há necessidade de desperdiçar grandes quantidades de água para os dissolver (o que acontece nos cultivos de algodão convencionais).
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Finalmente, no cultivo do algodão em conversão biológico, as condições de trabalho são também melhores. A utilização de adubos naturais evita que os produtores se exponham a substâncias tóxicas. Um avanço notável, pois, no âmbito de um cultivo de algodão convencional, os trabalhadores nem sempre têm a possibilidade de adquirir equipamentos de protecção adaptados.
Fontes: Global Organic Textile Standard, «ORGANIC IN CONVERSION QUESTIONS & ANSWERS» e características principais GOTS
Qual é a diferença entre o algodão biológico e o algodão em conversão?
Poupança de água, proibição ou restrição de produtos químicos e tóxicos, rotação de cultivos, respeito pelos trabalhadores: o algodão em conversão, ou «em transição», responde, portanto, às normas biológicas.
A diferença? Esta transição é apenas uma etapa no caminho do bio: ilustra o famoso período de 3 anos, estudado e exigido pelos referenciais biológicos, como o referencial GOTS 6.0, para que as terras fiquem limpas de todas as substâncias «nocivas» utilizadas nos métodos de cultivos tradicionais.
Enquanto os solos não ficam totalmente limpos dessas toxinas, os agricultores não conseguem obter o certificado «algodão biológico». Além disso, no primeiro ano de transição, o algodão deverá continuar a ser vendido como algodão convencional. Depois, no segundo e no terceiro anos, poderá ser vendido como algodão biológico em conversão.
Ao longo de todo o processo de conversão, os produtores de algodão são avaliados e auditados, de modo a garantir que as suas práticas respeitam devidamente as regras definidas pelos organismos de certificação.
Paralelamente, as coisas evoluem por parte dos consumidores! São cada vez mais os que se preocupam com o seu impacto ambiental quando adquirem uma peça têxtil. Preferem naturalmente materiais eco-responsáveis, cuja produção e o cultivo sejam mais sensatos e possuam normas. Entre os materiais mais escolhidos, encontramos, evidentemente, o algodão biológico, cujas previsões de procura para os próximos anos não páram de aumentar.
O problema? O preço relativamente elevado e que tem tido tendência para aumentar nestes últimos meses, nomeadamente pelo facto de a procura ser superior à oferta!
Então, para aliviar as dificuldades de aprovisionamento de algodão biológico continuando a apresentar uma alternativa sustentável ao algodão convencional, o algodão em conversão biológico é uma solução interessante.
Além disso, a marca Kariban desenvolveu uma gama de t-shirts para homem, senhora e criança em algodão biológico em conversão. Para as reconhecer, é simples: as referências terminam pelas letras «IC» («In-Conversion»). Em termos de conforto, durabilidade, cores e possibilidades de personalização, o algodão em conversão não fica nada atrás do algodão certificado biológico.
K3025IC
T-shirt Bio150IC decote redondo de homem
K3026IC
T-shirt Bio150IC decote redondo de senhora
K3027IC
T-shirt Bio150IC decote redondo de criança
Resumindo, o algodão em conversão não substitui o algodão biológico, mas é um meio para os agricultores mudarem para o biológico, sendo ajudados e apoiados na sua acção. De facto, o caminho da conversão não é, de todo, fácil para os produtores.
Um processo longo e oneroso para os agricultores
Há uma razão para apenas 1% do algodão produzido a nível mundial ser biológico: o processo é longo e oneroso para obter a certificação, cujas normas são rígidas. Poucas expolorações conseguem tomar essa decisão, sob o risco de perderem a fonte de rendimentos. Porquê?
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Desde logo, um agricultor que se lance na aventura do algodão em conversão tem de modificar os seus métodos de cultivo quase «do dia para a noite». Plantação, cultivo, tratamento, irrigação, produção: todos os elos da cadeia devem ser corrigidos e optimizados para responder às normas biológicas. Isto constitui, claramente, um investimento humano e financeiro, além de ter repercussões no rendimento das parcelas.
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Com efeito, terras habituadas a adubos e fertilizantes sintéticos passam por um estado de «carência» quando deixam de os receber. Assim, durante o período de transição, vão produzir menos, o que causará directamente uma perda de rendimentos para as herdades produtoras.
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Além disto, durante os 3 anos de transição, uma exploração de algodão em conversão não pode vender a sua produção ao mesmo preço que o algodão certificado biológico. Torna-se, assim, impossível de compensar a redução da produção e os investimentos ligados às exigências biológicas através de um aumento dos preços de venda.
Os agricultores têm, portanto, necessidade de apoio, nomeadamente financeiro, para poderem modificar sustentavelmente as suas práticas. É por esta razão que a KARIBAN BRANDS participa no programa «Em Conversão», de modo a contribuir para este belo objectivo comum: encorajar uma agricultura cada vez mais sustentável, continuando sempre a apresentar produtos de qualidade aos nossos clientes!
O algodão biológico é bom, mas o algodão GOTS (Global Organic Textile Standard) é ainda melhor!
O algodão biológico é algodão cultivado sem utilização de pesticidas sintéticos (como os insecticidas) ou de herbicidas e de OGM (organismos geneticamente modificados). Isto é desde logo um grande passo em frente! Mas este impacto positivo pode ainda ser maximizado ao longo de toda a cadeia: desde o cultivo à distribuição, passando pelo fabrico, para que todas as etapas e as partes envolvidas se comprometam em práticas sustentáveis.
É, aliás, isto que o certificado GOTS (Global Organic Textile Standard), o mais completo e mais exigente no mercado, envolve. É também, até hoje, o único que permite certificar um algodão biológico, sustentável e inofensivo no seu cultivo e comercialização, referindo-se aos solos, aos trabalhadores e aos consumidores.
Qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade são, assim, garantias dadas de forma totalmente independente pelos organismos de certificação (por exemplo, Ecocert), que respeitam as normas impostas para obter o tão ambicionado certificado GOTS (Global Organic Textile Standard).
Eis os pontos avaliados e controlados pelos organismos de certificação, para que um tecido seja certificado GOTS (Global Organic Textile Standard):
A composição dos produtos finais
Duas possibilidades:
Um produto têxtil com o certificado GOTS (Global Organic Textile Standard) «fabricado a partir de x% de materiais biológicos» deve conter um mínimo de 70% de fibras certificadas biológicas ou biológicas em conversão. | |
Um produto têxtil com o certificado GOTS (Global Organic Textile Standard) biológico deve conter um mínimo de 95% de fibras certificadas biológicas ou biológicas em conversão. |
As fibras utilizadas
As fibras biológicas são, como referimos anteriormente, fibras cultivadas sem pesticidas sintéticos, sem OGM ou ainda sem herbicidas. Estas práticas são inerentes à certificação GOTS (Global Organic Textile Standard), mas são as normas da agricultura biológica que as enquadram.
O consumo de água
A água deve ser utilizada conscientemente e de forma sensata, nomeadamente durante os períodos de seca, quando a irrigação deve ser adaptada e realizada «manualmente» para limitar o desperdício.
A gestão dos resíduos ligados à actividade
A quantidade de resíduos emitidos, o seu tratamento e o das águas usadas são também controlados por GOTS (Global Organic Textile Standard).
As embalagens e outros compostos além do próprio têxtil
Os acessórios produzidos, as embalagens em cartão e em papel ou ainda as etiquetas presentes nos artigos têxteis devem ser obrigatoriamente recicladas ou certificadas (FSC, por exemplo).
As condições de trabalho
Os critérios sociais GOTS (Global Organic Textile Standard) devem ser respeitados por todas as partes envolvidas (transformadores, fabricantes, comerciantes) e baseiam-se:
- nas normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
- nos princípios orientadores das Nações Unidas relativos às empresas e aos direitos do Homem (UNGP)
- e nos princípios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)
Estes critérios recordam, entre outros aspectos, que o trabalho infantil não pode ser opção, que nenhuma discriminação deve ser praticada, que o trabalho deve ser livremente escolhido e que os trabalhadores devem beneficiar dos princípios obrigatórios de saúde e segurança no trabalho.
A garantia de qualidade dos produtos que contêm algodão
Testes efectuados em laboratórios independentes devem ser obrigatoriamente apresentados ao organismo de certificação aquando das auditorias de controlo. Análises morosas e onerosas, mas absolutamente necessárias para provar a ausência de substâncias químicas nas fibras de algodão.
Uma vez que a qualidade importa tanto como o impacto para a Kariban, os artigos em algodão biológico em conversão estão, portanto, em transição para um algodão biológico e com certificação GOTS (Global Organic Textile Standard)!
Juntos para uma agricultura mais sustentável
Assim, este programa de apoio aos agricultores em conversão pretende concretamente mudar as coisas. A tomada de consciência ecológica global e a vontade comum de caminhar no sentido de peças de vestuário mais sustentáveis implicam encontrar soluções que incentivem as práticas eco-responsáveis.
É isto que a KARIBAN BRANDS viu no algodão em conversão biológico: uma acção útil para apresentar têxteis de qualidade, oriundos de uma concepção sustentável e sensata.
Este programa é um verdadeiro apoio para os produtores de algodão em transição versus o bio, que beneficia também as populações ao redor das herdades, os clientes directos e os consumidores finais. Menos produtos tóxicos, mais alternativas ao algodão convencional: responder à procura crescente de materiais têxteis mais sustentáveis sem colocar em risco a saúde dos habitantes ao redor das explorações!
É este impacto a muitos níveis que se insere directamente na lógica global de empresa responsável, tão importante para a KARIBAN BRANDS.
Se os agricultores possuem recursos que lhes permitem «resistir» no período de transição, sendo remunerados em conformidade com os seus esforços, então, haverá cada vez mais algodão cultivado em agricultura biológica.
A agricultura convencional perderá terreno, o aprovisionamento em algodão biológico será mais fácil para as marcas e será mais fácil abastecer de algodão verdadeiramente sustentável, face à procura crescente dos consumidores.
Por fim, o algodão biológico será mais valorizado, mais atractivo e os preços serão equilibrados, de modo a permitir que uma grande parte dos clientes possam aceder a materiais têxteis de qualidade e sustentáveis.
Na TopTex, como na KARIBAN BRANDS, há equipas comprometidas e apaixonadas, que fazem tudo para encontrar e contribuir com soluções inovadoras. E o mais importante é concentrar os esforços em acções concretas, transparentes, verdadeiras e realmente impactantes.
A KARIBAN BRANDS continuará, portanto, a privilegiar o algodão em conversão nas suas gamas, uma forma de acompanhar a transformação positiva que ambicionamos.
De ano para ano, a KARIBAN BRANDS esforça-se por desafiar o que existe, por questionar os seus processos de fabrico e de distribuição, de modo a descobrir o que possa limitar o nosso impacto na Terra e nos seus recursos, tão preciosos para todos nós.
É isto, sermos actores do mercado têxtil e actores da mudança!